segunda-feira, fevereiro 27, 2006

CENTRO CULTURAL VILA FLOR- GUIMARÃES

Ciclo de Cinema "Uma Viagem a Itália" que vai contar com a projecção de filmes de realizadores como Martin Scorcese, Roberto Rosselini, Bernardo Bertolucci e Lushino Visconti, entre os meses de Janeiro a Março.
Ainda tive esperança que passassem "Noites Brancas" de Visconti, mas vão-se ficar pelo "O Leopardo" :o(

Conversas em família (I)

O meu irmão vira-se para os meus pais e diz:
- A minha irmã tem uma memória igual à tromba dela: Memória de Elefante!!! :o/

domingo, fevereiro 26, 2006

Este poema fez-me lembrar o conselho de um senhor de 82 anos... "Embriaga-te de poesia, de vida, seja o que for..."

«Devemos andar sempre bêbados.
Tudo se resume nisto: é a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do Tempo que te despedaça os ombros e te verga para a terra, deves embriagar-te sem cessar.
Mas com quê?
Com vinho, com poesia ou com a virtude, a teu gosto.
Mas embriaga-te.(...)»

(Charles Baudelaire)

Insónia...

É terrível, passa-nos tudo pela cabeça, até a ideia de que já deviamos ter começado a ler Marcel Proust "Em Busca do Tempo Perdido" e quem sabe, até achar esse caminho...

«Durante muito tempo fui para a cama cedo. Por vezes, mal apagava a vela, os olhos fechavam-se-me tão depressa que não tinha tempo de pensar: "Vou adormecer".»
(Em Busca do Tempo Perdido: Do lado de Swann (I))

Breves Considerações (II)

Serei, afinal, conservadora ou conservada???

"Das Mulheres e do Mundo"

É, estou com o livro nas mãos e é como o Pedro Barroso disse... Os homens gostam muito de falar daquilo que não percebem...

Considerações breves (I)

O meu quarto parece uma lixeira.
A começar por mim.

sábado, fevereiro 25, 2006

CONFESSO

Que me apaixonei não só pelo meu carro mas também pelas minhas unhas vermelhas...

Conduzir (II)



É... Ainda estou apaixonada pelo meu carro... :o)

Conduzir (I)

Ver o Marão ao longe coberto de neve é das coisas que mais me encanta na A4...

Conversas entre bloggers

«
- Há dias assim e há dias assado...

- E há dias em q nem deviamos estar vivos...

- Há dias em que nao estamos.
»

Pedro Barroso

Jardim de Poetas

«Falei-te

sem querer de coisas belas

Como quem abre janelas

para lá do horizonte...

havia em teu olhar firmamento

para cem vidas por momento

ao sabor de um mar de inverno!...

E tu

sem saber lá tricotavas

Um romance de palavras

sem certezas nem futuro

E tu

sonhavas no areal

com um jardim de poetas

superiores e verticais

que, em rigor, nunca existiu

E tu

como se fosse há vinte anos

Subiste ao alto das rochas

lá, onde pousam as gaivotas

subiste ao alto das dunas

onde o vento te possuiu

Cresceu-te no peito um mar de prata

Como se eu fosse alguma vez exemplo

Como se eu fosse

acaso

alguma vez na vida

a perfeição

Mas quando te contei coisas de mim

Daquelas coisas grandes

cá de dentro

Caiste então do sonho e do jardim

e fiz-te, então

amiga esta canção

e tu

ainda sonhas no areal

com um jardim de poetas

superiores e verticais

que, em rigor, nunca existiu

e tu

como se fosse há vinte anos

sobes ao alto das rochas

lá, onde pousam as gaivotas

sobes ao alto das dunas

onde o vento te possuiu!...»

(Nazaré, 2000, in CD "Crónicas da Violentíssima Ternura", 2001)

Homenagem a Zeca Afonso (1929-1987)



«Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pensar
Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento
Na areia
Dorme à noite
Ao relento
Do mar
E se houver
Uma praça
De gente
Madura
E uma estátua
De febre
A arder
Anda alguém
Pela noite
À procura
E não há
Quem lhe queira
Valer
Vejam bem
Daquele homem
A fraca
Figura
Desbravando
Os caminhos
Do pão
E se houver
Uma praça
De gente
Madura
Ninguém vai
Levantá-lo
Do chão
Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pensar
Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento de areia
Dorme à noite
ao relento do mar.»
Ontem no Centro Cultural de Vila Flor, em Guimarães relembrou-se um grande Homem... Um imenso Poeta... Zeca Afonso
E ouviu-se a voz de artistas possuídos pela mesma força das palavras e das músicas que ele compôs e que residem imortais na memória de Portugal.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Je t’aime

«Je t’aime pour toutes les femmes que je n’ai pas connues
Je t’aime pour tous les temps où je n’ai pas vécu
Pour l’odeur du grand large et l’odeur du pain chaud
Pour la neige qui fond pour les premières fleurs
Pour les animaux purs que l’homme n’effraie pas
Je t’aime pour aimer
Je t’aime pour toutes les femmes que je n’aime pas
Qui me reflète sinon toi-même je me vois si peu
Sans toi je ne vois rien qu’une étendue déserte
Entre autrefois et aujourd’hui
Il y a eu toutes ces morts que j’ai franchies sur de la paille
Je n’ai pas pu percer le mur de mon miroir
Il m’a fallu apprendre mot par mot la vie
Comme on oublie
Je t’aime pour ta sagesse qui n’est pas la mienne
Pour la santé
Je t’aime contre tout ce qui n’est qu’illusion
Pour ce cœur immortel que je ne détiens pas
Tu crois être le doute et tu n’es que raison
Tu es le grand soleil qui me monte à la tête
Quand je suis sûr de moi.»

"Le Phénix"Paul Éluard (1895-1952)

A rever Paul Éluard...

«Ela está de pé nas minhas pálpebras
Com os dedos nos meus entrelaçados.
Ela cabe toda em minhas mãos,
Ela tem a cor dos meus olhos
E desaparece na minha sombra
Como uma pedra sobre o céu.
Tem sempre os olhos abertos
e não me deixa dormir.
Os sonhos dela à luz do dia
fazem sóis evaporar-se
fazem-me rir,
fazem falar sem ter nada a dizer.»

(Paul Éluard, 1895 - 1952)

Para ti...

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Pedro Barroso (Excesso)

O Pedro Barroso tem novo CD, onde podemos encontrar músicas antigas como Lua e Excesso que até aqui ouvia apenas em cassete. :o)

Recordo Excesso que nunca, nunca, nunca me hei-de cansar de ouvir:

«Há amores estranhos fundos sem razão
- são secretos vivem na cumplicidade
indizíveis nas palavras que aqui vão
são impróprios de viver em liberdade
levaram a ternura ao exagero
e a um excesso saboroso a nossa pele
só compreende quem sente o latejar
bem mais dentro que os olhos do olhar,
há amores que não posso aqui explicar
pois quer queiram quer não inda vivemos
na pré-História de um Futuro de cem mil anos
nas grutas de um sentir que não sabemos
há uma palavra escandalosa e proibida
quando se fecha a porta e começa a fantasia
e me sento no sofá e desligo-me da vida
e fico Senhor completo do teu corpo
e o código começou e tu me ofereces
o máximo que alguém nos pode dar
e a guerra não tem hoje nem tabus
são duas vontades grandes que ali estão
e mais que as mãos e a boca e o Futuro
e o vício de dois corpos seminus
amarro em ti a vida que me escapa
e acordas-me explicando o mundo todo
e cedo a esta raiva que me mata

e sinto em ti Mulher, Mulher de mais
e houvesse aqui, agora, já, um altar
e eu casava-me contigo poro a poro,
casava-me contigo em todos os rituais
se é que não estou exactamente assim casando
o ontem com o presente e o infinito
e a cada jogo beijo salto ou grito
pressinto o chão fugir e o mundo longe
e há um abuso consentido que não peço
e tu olhas-me plácida e tremente raiva e calma
e a tormenta desabrocha e sai de nós
pela porta escancarada do excesso»

(letra e música de Pedro Barroso, 1990)

Depois de me acompanhar no carro quase todos os dias, é inevitável a pergunta:

Quando é que a Ana Carolina vem cá a Portugal???????

Nua

«Olho a cidade ao redor
E nada me interessa
Eu finjo ter calma
A solidão me apressa

Tantos caminhos sem fim
De onde você não vem
Meu coração na curva
Batendo a mais de cem

Eu vou sair nessas horas de confusão
Gritando seu nome entre os carros que vêm e vão
Quem sabe então assim
Você repara em mim

Corro de te esperar
De nunca te esquecer
As estrelas me encontram
Antes de anoitecer

Olho a cidade ao redor
Eu nunca volto atrás
Já não escondo a pressa
Já me escondi demais

Eu vou contar pra todo mundo
Eu vou pichar sua rua
Vou bater na sua porta de noite
Completamente nua
Quem sabe então assim
Você repara em mim»

(Ana Carolina / Vitor Ramil)

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Frida Kahlo (1907-1954)

«Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.»
Exposição no CCB (17 de Fevereiro a 14 de Maio)

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Há títulos que me dão vontade de rir sempre que os leio, este é um deles... Do génio provocatório de Boris Vian

"J´IRAI CRACHER SUR VOS TOMBES"
(Irei cuspir-vos nos túmulos)
Este foi o título do primeiro romance publicado por Boris Vian, assinado sob o pseudónimo de Vernon Sullivan.
Este escritor, poeta, engenheiro mecânico e músico de Jazz conquistou-me aquando da leitura da "Espuma dos Dias", de onde se seguiram "O Outono em Pequim" e "As Formigas".

A música que passa na minha cabeça hoje...

«Me sento na rua em frente as horas
Como a qualquer hora
Assim mesmo eu sou
Sou de qualquer jeito nem tudo eu respeito
Pra onde for o vento eu vou

Pano de mesa
Pano de chão
Numa metrópole rasgada
Sou filho do nada costurada em meio-fio
Desfilando pela calçada

Todos num vão
Cheios de vazio
Divagando na estação
Mas nem tão devagar
Saí com tanta pressa
Que larguei meu anjo da guarda por lá

Acabou a pilha da rádio FM de tanto meu ouvido tocar
Perambulando na surdina eu queria te encontrar
Tô cercada de vizinhos e cada um sabe um lado meu
Todos tantos um só nenhum
Foi me compondo todos eu
Se você ainda quiser saber como eu sou
Me encontrar pode me procurar»

(Ana Carolina, Me sento na rua)
«Suponho que vivia, como a maioria das mulheres, de uma existência imaginária, onde era melhor e mais feliz que na outra.»
(Marguerite Yourcenar, Alexis)

Conselho a um blogger

A frase é para ti, meu amigo:

«Como é difícil não sermos injustos para com nós próprios!»
(Marguerite Yourcenar, Alexis)
"Tenho lido vezes sem conta que as palavras atraiçoam o pensamento, mas parece-me que as palavras escritas atraiçoam-no ainda mais. (...) Se é difícil viver, bem mais penoso é explicar a vida que se vive.»
(Marguerite Yourcenar, Alexis)

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Ernesto de Melo e Castro- O Caminho do Leve (Museu de Arte Contemporânea de Serralves)

Ernesto de Melo e Castro é o principal fundador da Poesia Experimental em Portugal e editor de muitas publicações nesta área.
A Poesia Experimental Portuguesa conta com um vastíssimo número de artistas e poetas que têm vindo a produzir exposições, livros e revistas desde as décadas de 60 e de 70.
Dia 17 de Março sei que não perderei uma "performance" (que adivinho desde já a excelência) do Poeta Sonoro Américo Rodrigues.

Noite de Poesia no Serão da Quinta de Bonjóia

Na próxima quinta-feira, às 21h15 a escritora e poetisa Maria Mamede e alguns amigos ("Movimentam- Arte e Cultura") juntam-se para ler poesia e despertar sentimentos.

Se a minha aula de sexta-feira estiver preparada, devo lá dar um saltinho...

Pedro Barroso

Concerto em Guimarães dia 24 de Fevereiro: Homenagem a Zeca Afonso.
Lá estarei :o)

Dia dos Namorados (III)

Mas nem tudo foi mau.
Sempre tive quem me oferecesse flores! Um dos "meus" pequeninos de 4 anos, não se esqueceu da sua Terapeuta!!! :o)

Dia dos Namorados (II)

Juntar num só dia as mais devastadoras dores menstruais e a carência inevitável pelo próprio dia em si, não é agradável para ninguém! :o/

Dia dos Namorados (I)

Estava a tardar um post sobre este dia.
Não faria sentido silenciá-lo quando o mundo todo à nossa volta nos faz lembrar a cada instante que ele existe.
E há dias mesquinhos e ridículos por natureza.
Este é um deles.

domingo, fevereiro 12, 2006

Lisboa (V)


O rio...

Lisboa (IV)

Eu hei-de sempre portar-me mal onde quer que vá...
Hoje de manhã, fui com a minha amiga tomar o pequeno-almoço no DeliDelux, uma esplanada sossegada, frente ao rio, no Cais da Bica do Sapato. O dia estava lindo, o pequeno-almoço apetitoso e os rapazes da mesa ao lado não nos ligavam nenhuma, mas pareciam muito interessados um no outro (porque seria??? ;o)
No meio da comezaina tive vontade de "regular o meu equilíbrio hidro-salino" e perguntei ao empregado onde ficava o WC:
- "Neste corredor, no meio das geladeiras tem uma porta, umas escadas e a casa-de-banho fica lá em cima."
Agradeci e lá fui.
Vi a geladeira dos fiambres e afins. E uma porta ali ao pé. O estranho é que a porta ficava do lado do atendimento aos clientes. Mas, como não vi mais nenhuma porta, avancei pelo meio da geladeira e do balcão e entrei. Vi umas escadas e os corredores cobertos de caixotes com fruta. Abri outra porta e avistei outro empregado que olhava para mim espantado. Eu estava ao pé da cozinha, nos "bastidores" da cafetaria :o/ Perguntei pela casa-de-banho a morrer de vergonha e de riso e descobri depois que a porta em que eu devia ter entrado parecia uma parede e por isso não a vi... Ainda estive para lhes dizer, mas o sotaque deve ter bastado, que era uma saloia do Noarte e que estas coisas dos Mouros são demasiado para mim...

Lisboa (III)

Andamos feitas maluquinhas à procura do Armazém B, tudo para podermos jantar na Bica do Sapato... E ficar a saber por um arrumador que a Discoteca Lux fica mesmo ali ao pé! As coisas que eu não sei... :o/
Mas para a semana... qui ça... Até vá lá dar um passinho de dança!!! ;o)

Lisboa (II)

Miss Saigon encantou-me... Belíssimo espectáculo, cheio de cor e de vozes que conseguem vestir a alegria, a paixão e a dor mais profunda. Diz a canção de Tom Jobim que «Todo o grande amor só é bem grande se for triste», por isso, Miss Saigon é um musical comovente que narra uma estória de amor que resiste à agrura e à distância. É assim o amor de uma mulher vietnamita que nos mostra também como o amor de uma mãe não tem limites. É, sem sombra de qualquer dúvida, um espectáculo de múltiplos cenários criativos que quase me emocionou até às lágrimas, mas o embaraço é coisa que evitamos sempre que podemos...

Lisboa (I)

E foi no CCB que a pandilha do Noites Brancas e Preciso Estar Calado se reuniu, por alguns minutos, para se dar a conhecer pessoalmente... E eu, que já tinha a certeza que me tinha cruzado com dois artistas, pude ver ao vivo e a cores que não me enganei em nenhuma das minhas percepções...

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Arthur Rimbaud... (estou em fase de estudo biográfico...)

«Je ne parlerai pas,
je ne penserai rien.
Mais un amour immense
entrera dans mon âme.»

(Arthur Rimbaud, Sensation , 1870)

Encontro Blogótico de três pseudo-poetas deprimidos

Finalmente e a pedido de várias famílias, a querida Nastenka irá reunir brevemente com os seus fieis companheiros de Blog no Centro Cultural de Belém...

"Boca de Incêndio"

A aguardar o próximo número, que pelos vistos sai este mês...

domingo, fevereiro 05, 2006

«O dever é sentir o que é grande, amar o que é belo, e não aceitar todas as convenções da sociedade, com as ignonímias que ela nos impõe.»

(Gustave Flaubert- Madame Bovary)
«Há pessoas de quem é dificíl dizer alguma coisa que as apresente definitivamente e na íntegra, no seu aspecto mais típico e característico; são as pessoas chamadas "normais", ou a "maioria", e que constituem, de facto, a enorme maioria de qualquer sociedade (...) São numerosíssimas no mundo estas pessoas, ainda mais numerosas do que parece; dividem-se, como toda a gente, em duas categorias principais: as "limitadas" e as "bastante mais espertas". As primeiras são mais felizes. Não há nada mais fácil para uma pessoa "vulgar" limitada do que, por exemplo, imaginar-se a si mesma como extraordinária e original e com isso se deleitar sem vacilações. (...) a outra categoria (...) é muito mais infeliz do que a dos limitados. O problema consiste em que uma pessoa "normal" inteligente, mesmo imaginando-se a si própria em certos momentos (ou mesmo em toda a vida)um génio e um original, guarda sempre no fundo do coração o verme da dúvida que a leva, às vezes, até ao desespero total; e quando tal pessoa acaba, finalmente por se resignar, já está irremediavelmente envenenada pela vaidade que ficou encafuada dentro dela.»
(F. Dostoievski, O Idiota)

sábado, fevereiro 04, 2006

Por vezes ainda me esqueço

Sonhei contigo, Vóvó... Abraçaste-me e eu tive medo porque sabia que isso não era possível, sonhava mas abria-se na mente ainda uma ponte com a realidade... Mas eras tu, eram as tuas mãos e o teu cheiro e a tua voz e o teu sorriso... E deu-me uma vontade tão grande de chorar...
Num destes fins-de-semana eu dei comigo a chamar por ti. Era domingo. Tu costumavas vir cá a casa almoçar. E à hora do costume a campainha tocou, porque a Alice continua a vir cá, como antes. Ao ouvir a voz dela, que sempre se juntava à tua, eu esqueci-me que tu tinhas partido e chamei por ti... Tão depressa o fiz, como me calei, envergonhada e triste. Tinha-me esquecido, Vóvó, foram apenas segundos, mas eu acreditei que entraras de novo em minha casa... Depois seguiram-se as lágrimas. Não as chorei na devida altura e agora repetem-se no silêncio do meu quarto. Evito falar de ti. Fingimos todos. Mas acho que sou a única que ainda se esquece do que aconteceu... Foi tudo tão cruelmente repentino que eu não consegui acostumar-me... Tu não estavas doente.
Era de noite e o telefone tocou. Os gritos da minha mãe e a minha mente a despertar confusa, o coração aos saltos, incapaz de perceber o que a minha mãe gritava em desespero. Mas eu ouvira tudo e descera, como um autómato até à cozinha para fazer um chá de tília. Devo ter-me ausentado de mim. Nem uma lágrima. A voz serena procurando acalmar a minha mãe. O chá. E a tarefa cruel de ligar à família. E o sono que veio colapsar essa madrugada num abismo onde tudo se apaga.
Sempre o sono. O sono a que recorro quando o meu mundo se abate.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

A inveja é um sentimento feio mas legítimo quando

Vamos somando contracturas e enlouquecendo pelo tanto que trabalhamos e é o nosso irmão que vai passar uns dias a Vilamoura...

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Ó Faxabor, quem me arranja um serralheiro por aí???

Acho que vou começar a dar-lhes as boas-vindas!!!

Já vão em seis as contracturas que tenho vindo a fazer (misteriosamente) no musculo trapézio... É bom saber que me estou a desmanchar aos poucos... Porque até aqui não se notava nada, mas desconchavada já eu era há muito tempo atrás...

Ao ler isto apercebo-me do que estou a perder por ainda não ter lido A Montanha Mágica...

Esta frase é minha e é tua também...
«A solidão mostra o original, a beleza ousada e surpreendente, a poesia. Mas a solidão também mostra o avesso, o desproporcionado, o absurdo e o ilícito.»
(Thomas Mann, A Morte em Veneza)

Então deve ser por isso que a minha vida dava um filme...

«O acaso é o maior romancista do mundo.»

(Honoré de Balzac, A Comédia Humana)

Miss Saigon- Coliseu dos Recreios (17 Janeiro a 26 de Fevereiro)

Irei assistir, em breve, ao musical aclamado "Miss Saigon" que evoca alguns cenários da ópera "Madame Butterfly"...
A primeira vez que assisti a "Madame Butterfly" emocionei-me tanto que o "apertar das mãos" e o "olhar para o tecto" não foram suficientes para esconder as lágrimas... As lágrimas teimosas que tanto me embaraçam...
Em Miss Saigon, espero que me porte melhor, até porque em Lisboa tento sempre portar-me mais razoavelmente, vá-se lá saber porquê!!!...
:o/

E sim, adoro musicais, até podem ser lamechas, como me podem dizer, sem complacência, certos "amigos blogóticos" que considero artistas, mas... Eis a Nastenka dura e crua, lamecha e amante incondicional de musicais, óperas e afins!!!